Se gostas de Ana Carolina, então a RQC tem a sugestão perfeita para ti...na próxima Sexta-feira, dia 4 de Abril, no Meo Arena ou no próximo Sábado, dia 5 de Abril, na Pavilhão Multiusos de Guimarães, assiste a esta grande artista brasileira que se tornou conhecida em Portugal muito em parte através do dueto realizado com Paulo Gonzo no tema "Quem de nós dois".
Conectado com o seu tempo, #AC expõe uma multiplicidade conceitual que concilia desde scratches do DJ Cia aos vocais de Chico Buarque de Holanda.
Disco de tons e assuntos contemporâneos, que conecta Ana Carolina com temas atuais, #AC foi pilotado por Alê Siqueira – um dos mais requisitados produtores da atualidade – e pela própria artista com mix renovador de percussões, programações e scratches. É um disco de groove e contrastes pautado tanto pela parte de Ana que experimenta e ousa, como na parceria com Guinga em tema, Leveza de valsa, produzida e escrita por Ana com precisão buarquiana, como pela parte que é permanentemente fluente no domínio do idioma pop.
#AC traz na sua mistura 12 músicas inéditas selecionadas entre as cerca de 50 compostas por Ana Carolina ao longo dos últimos anos. Com a autoridade de quem coleciona grandes sucessos, a maioria na sua voz grave e quente, outros nas vozes de cantoras como Maria Bethânia (Pra rua me levar, 2001) e Mart’nália (Cabide, 2005), Ana Carolina conhece a força de um refrão e de um gancho melódico que capture a atenção do ouvinte.
A tarimba de compositora versátil salta aos ouvidos ao longo de #AC, cuja temperatura elevada contrasta com a atmosfera cool do álbum anterior de Ana Carolina, N9ve (2009).
O mix de sons orgânicos – representados sobretudo pelas percussões de Leonardo Reis e Marcos Suzano e pelas guitarras de Pedro Baby – com batidas eletrónicas dá o tom contemporâneo do disco.
Já em evidência nas rádios brasileiras, na novela das nove e na internet, Combustível é uma das cinco faixas de #AC que têm Edu Krieger como parceiro de Ana Carolina, sedimentando conexão, que já rendeu músicas como o samba Pra tomar três, lançado no espectáculo Ensaio de cores (2010). É, na definição de Ana, uma parceria “viva”, na qual ambos criam letra e música juntos, sem regras e sem delimitação de funções. No caso de Combustível, a intenção foi fazer uma música acessível e inflamável, de comunicação imediata, sem cair na simplicidade harmónica.
Em essência, #AC é disco de conexões. Por isso, o hashtag (#) – símbolo virtual que aponta palavras-chave no diálogo sucinto do Twitter – do título do álbum soa natural. #AC é um registo do presente que eventualmente também se liga sem saudosismo ao passado. Tal link é exemplificado no samba Resposta da Rita, composto por Ana e Krieger em alusão a um dos primeiros sambas de Chico Buarque, A Rita, composto em 1965.
O link presente-passado é replicado em Pelo iPhone, faixa que ilustra a tendência de Ana Carolina de abordar assuntos atuais em #AC.
Com os seus grooves, os seus violões, as suas programações e os seus versos inflamados, #AC traduz a diversa alma musical de Ana Carolina. Impregnado de atualidade, #AC é, em última instância, a tradução do tempo de Ana Carolina.